O Brasil segue majoritariamente cristão, mas a divisão entre católicos e evangélicos dá aponta um placar curioso: embora os crentes tenham crescido expressivamente nos últimos 40 anos, os católicos ainda somam mais do que o dobro dos evangélicos. Traduzindo em números: católicos são 56,7% (100,2 milhões) e 26,9% são evangélicos (47,4 milhões).
Um dado pouco comentado é a diminuição do número de cristãos no país. Em 1980, eles representavam 95,6% da população; em 2022, esse percentual caiu para 83,6%. A redução parece ser reflexo da diversidade religiosa e do crescimento de quem se declara sem religião.
Em 2010, os sem-religião eram 7,9% da população. Em 2022, são 9,3%, o equivalente a 16,4 milhões de pessoas. Homens são maioria (56,2%) e 10,6% da Região Sudeste se declara sem religião.
Umbanda e candomblé também cresceram. Passaram de 0,3 % em 2010 para 1,0% em 2022. Outras religiosidades subiram de 2,7% para 4,0%.
Segundo o slogan crente, “o Brasil é do Senhor Jesus”. A bancada evangélica tentou acelerar o crescimento via projetos de lei, equívoco religioso e patriótico. Em um país a cada dia mais polarizado, o saleiro gospel parece ter perdido o sabor em algumas áreas. Hábeis em coar mosquitos, alguns atribuíram a culpa ao IBGE.
Parafraseando as Escrituras, quem tem olhos veja. Especialmente o movimento crescente na porta dos fundos dos templos evangélicos. (SP)