Num momento em que diplomacia parece guerra de tuítes, Donald Trump fez do “bom papo” com Lula seu último trunfo verbal. O republicano disse que dialogou com o presidente brasileiro sobre economia e comércio — e que o saldo foi “positivo” para futuras negociações entre Estados Unidos e Brasil.
O presidente estadunidense afirmou:
“Discutimos muitos assuntos, mas o foco principal foi a economia e o comércio entre nossos dois países. Teremos novas discussões… Gostei da conversa. Nossos países se darão muito bem juntos!”
Pelo lado brasileiro, o governo já indicou que um encontro presencial poderá ocorrer na Cúpula da ASEAN, na Malásia, ou mesmo na COP-30, em Belém. Lula também se ofereceu para ir aos EUA, mas nada foi definido ainda.
Durante a conversa, o Brasil pediu que os EUA retirassem a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, além da revogação de sanções sobre autoridades brasileiras. O governo brasileiro entrará nas negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o chanceler Mauro Vieira. Para gáudio (e ilusão) dos bolsonaristas, Trump delegou parte do diálogo ao secretário de Estado Marco Rubio.
O pano de fundo dessa aproximação é tenso: o líder americano já impôs sanções amplas e fez acusações contra decisões do STF como “caça às bruxas” políticas. Lula, por sua vez, reagiu escrevendo artigo para o New York Times afirmando que o Brasil “não se curvará” a pressões externas e defende o multilateralismo como contrapeso a medidas unilaterais.
Como a 5ª edição de Casamento às Cegas mostrou, idade nem sempre significa maturidade. Que o comprometimento com a nação seja o norte dessa relação (muito) comercial e (pouco) amorosa. Deu match. (SP)
fotos: Divulgação/Casa Branca/Ricardo Stuckert/PR/ND