Quando um líder declara que a morte de um pastor de sua igreja “é problema dele”, o discurso ganha mais que polêmica. Expõe o abismo entre fé e humanidade. Em vídeo recente, Edir Macedo comentou o suicídio do pastor Lucas Di Castro, afirmando:
“Problema é dele… morreu. Acabou. Minha mãe morreu. Enterrou e acabou”.
A repercussão nas redes foi imediata e permeada de revolta e choque. Muitos esperavam empatia, receberam distanciamento. Sob pressão, o único pastor bilionário do país bloqueou comentários em suas postagens.
A família relata que Lucas estava em profundo sofrimento emocional e chegou a pedir ajuda à liderança da igreja. Esforço em vão.
Em nota, a Igreja Universal afirmou que o pastor gozava “boa saúde, fazia exames periódicos e não sofria de depressão”, contrariando o testemunho da esposa.
✝️ Pastor como estatística
Reduzir um suicídio à frase seca “acabou e ponto final” é tratá-lo como dado, não como ser humano.
✝️ Teologia sem empatia é infrutífera
A fé pede consolo e presença. Não afastamento embalado em relativizações pastorais.
✝️ Silêncio como reflexo, não solução
Bloquear comentários não resolve a dor. No entanto, revela dificuldade em lidar com o luto e, principalmente, com a contestação pública.
Macedo escolheu encarar uma morte por suicídio com a frieza de quem não carrega o peso da perda. A reação foi imediata: pessoas desiludidas, redes trancadas. Acostumado a receber afeto por pressão em um ambiente cenográfico, o líder da Universal mostrou em público seu modus operandi nos bastidores.
Remetendo ao texto bíblico, seu estilo trevoso de liderança foi exposto à luz do dia. Literalmente graças a Deus, não há fogueira santa que elimine os efeitos deletérios dessa triste e vergonhosa exibição. (SP)
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