O que parecia uma dinastia política sólida no Rio de Janeiro revela hoje uma família dilacerada: três gerações dos Garotinho estão hoje em lados opostos num embate repleto de vaidade, ambição e estratégia eleitoral. Em lados diferentes do octógono, o ex-governador e os filhos Clarissa e Wladimir. E uma matriarca isolada no centro do caos.
Anthony Garotinho construiu uma máquina eleitoral poderosa que elegeu não só a si, mas também a esposa Rosinha e o filho Wladimir em , até que o clã começou a ruir internamente. A união deu lugar a alianças, rachas e desavenças abertas.
Prefeito em Campos dos Goytacazes, Wladimir se distanciou da manobra política da irmã Clarissa. Ele a queria na Câmara dos Deputados; grávida à época, ela preferia a Alerj. A disputa terminou com Clarissa sem cargo e a família fraturada.
Chumbo trocado
Clarissa acusa o irmão de conspiração nos bastidores e diz sofrer crises de ansiedade por causa das disputas. Afirma que sua decisão foi tomada num ambiente de gritos e portas batendo. “A soberba precede a ruína”, disse ela citando a Bíblia. Wladimir rebate: em Campos, ela “não aceitou dividir espaço”, e agora “ninguém da família está em Brasília”.
A narrativa do clã Garotinho fugiu do roteiro de poder político e adentrou o terreno da tragédia familiar. Mais do que vaidade e traições, é um aviso: legado político não sobrevive sem diálogo e a ausência de pactos internos destrói a reputação externa.
Com quilometragem altíssima em feudos evangélicos, a dinastia parece rep(r)isar duas das características primevas do rebanho: fragmentação e mágoa. Mau testemunho e comprometimento de projetos futuros. A conferir. (SP)
foto: Reprodução
1 Comentário
Esta família já causou tanto mau ao RJ e ainda quer alongar os tentáculos até Brasília… Que fiquem no ostracismo de Campos dos Goytacazes!