No palco dos influenciadores motivacionais, a narrativa era cristalina: de motorista de carreta a dono de uma das maiores empresas de logística da América Latina. No entanto, o sucesso virou revés e caso de polícia.
“Ele era motorista de caminhão. Hoje, ele tem uma das maiores empresas da América Latina de logística. Esse ano de 2024, já vai bater 2 mil placas de carreta, caminhão, os trem doido (sic)”, disse Pablo Marçal sobre Vanderson de Melo no ano passado.
Após acumular uma dívida de R$ 7,2 milhões, o empresário trocou as palestras como coach por números de magia. Ele é suspeito de alugar 40 caminhões e sumir com parte da frota, trocando placas para despistar a Justiça.
Ele surgiu nos palcos como exemplo de resiliência: vendia palestras para aspirantes a empreendedores e postava carros de luxo e viagens ao exterior nas redes sociais. No entanto, em vez de clientes e contratos polpudos, o que prosperou foi o inquérito judicial que já se espalha em 5 estados. Apenas 22 caminhões foram recuperados e outros 18 continuam desaparecidos.
Vanderson atribuiu tudo a um “blecaute financeiro”, alegando que os problemas são pontuais e que não há má-fé. “Quando acontece qualquer deslize ou qualquer momento pontual de dificuldade, todo mundo joga a primeira pedra”, reclamou.
O episódio mostra dupla fraqueza: a falta de consistência de muitas histórias de sucesso apregoadas por coaches e a plateia iludida com atalhos fakes para obter riqueza. Ao menos nisso, Marçal tem razão: no mundo doas coaches, “os trem é doido” e o bagulho é louco. (SP)