Superação ou risco? Homem morre em trilha do movimento Legendários no Mato Grosso

De repente a natureza vira palco… e o que seria uma jornada de fé e força transformadora termina em tragédia. No sábado (28/5), Rodrigo Nunes de Oliveira, de 40 anos, faleceu após sofrer uma grave crise convulsiva durante uma imersão espiritual em Rondonópolis (MT). O encontro reuniu cerca de 150 homens, todos imersos em atividades físicas e motivacionais no chamado TOP: Track Outdoor de Potencial.

Casado e pai de dois filhos, Rodrigo trabalhava com segurança do trabalho e era metodista. Socorrido, foi entubado no Hospital Regional, mas não resistiu e morreu horas depois. Até agora, não há clareza sobre o que causou a convulsão. Seu corpo foi velado e sepultado na Vila Aurora, em Rondonópolis.

“Meu legendário agora descansa com o legendário 1”, escreveu a esposa de Rodrigo em publicação no Instagram. Ana Paula Nunes de Oliveira postou a mensagem na legenda de uma foto com farda, balão e bandeira decorados com os motivos do Legendários Vale da Forja.

Fundado em 2015 na Guatemala pelo pastor Chepe Putzu, o movimento cresceu no Brasil promovendo desafios de resistência física combinados com valores cristãos. Os eventos variam de R$ 450 a R$ 81 mil, segundo a estrutura e o local. Eles pregam o lema AHU — Amor, Honra e Unidade — como pilares da masculinidade restaurada.

Não foi o primeiro caso de morte em evento do grupo. Fábio Adriano Machado Cherini, de 44 anos, morreu durante trilha na região do Rio Negro, no Mato Grosso do Sul, em janeiro. Segundo um socorrista da equipe, o administrador teve uma parada cardíaca. Levado a um hospital, teve novas paradas e não resistiu.

Ainda no quesito “desafios perigosos”, Pablo Marçal tornou-se réu por colocar em risco a vida de 32 pessoas durante expedição ao Pico dos Marins, em Piquete, SP, em janeiro de 2022. O grupo foi resgatado pelos bombeiros durante uma tempestade.

Fica o questionamento. Quem garante a segurança num evento no meio da selva? Preço alto, expectativa alta… e nenhum protocolo ou resposta pública clara sobre os incidentes. Colocar a vida em risco para se tornar sua “melhor versão”?

Eis o desafio premente do grupo: transparência e responsabilidade em cada jornada cristã que promete mudar vidas e jamais transformar o slogan “amar, honrar e unir” em epitáfio. (SP)

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