Em uma trama que mistura política, armas e religião, o ex-pastor Vance Luther Boelter, de 57 anos, foi acusado de planejar (e executar) dois atentados em Minnesota no último fim de semana. O alvo? A vice‑presidente da Câmara estadual, Melissa Hortman, e seu marido. Ambos morreram. Em outra residência, o senador John Hoffman e sua esposa foram alvejados, mas sobreviveram.
Boelter se disfarçou de policial, bateu na porta da casa de Melissa e abriu fogo friamente, o que levou o governador Walz a chamar o episódio de “assassinato político planejado”. No carro, a polícia encontrou 3 fuzis AK-47, coletes à prova de balas, pistolas de 9 mm, distintivo policial falso, máscaras de silicone e uma lista com 45 alvos potenciais, entre congressistas, médicos e ativistas pelo direito ao aborto.
Conservador, Boelter atuou como missionário no Congo e sempre foi antiaborto e hostil à comunidade LGBTQ+. Foi nomeado membro do Conselho de Desenvolvimento do Trabalho do Governador de Minnesota em 2016 pelo então governador democrata Mark Dayton, sendo reconduzido ao cargo pelo governador Tim Walz, ato que agora tornou-se alvo de questionamentos.
A tragédia em Minnesota sinaliza o perigo que acontece quando a ideologia política é turbinada pela fé e pela paranoia: a religião vira arma e a defesa de valores transforma um pastor em terrorista. (SP)