Os cristãos ainda ocupam o 1º lugar, mas o jogo está mudando. Segundo estudo do Pew Research Center, os cristãos somam cerca de 2,3 bilhões de pessoas, permanecendo a maior religião mundial (28,8% da população), embora tenham perdido 1,8 ponto percentual em um decênio (2010‑2020).
Em contrapartida, os muçulmanos crescem mais rápido, chegando a 2 bilhões (25,6%), impulsionados por natalidade alta e juventude demográfica. Já o campo dos “sem-religião” ampliou sua base para 1,9 bilhão, com aumento expressivo de pessoas que abandonaram o cristianismo.
Se a curva apresentada em 2020 continua seguindo a mesma tendência, as 3 principais opções religiosas estão quase emboladas. Adeptos do islamismo têm idade média mais baixa do que a população mundial em geral e taxas de fertilidade mais altas, o que pode colocar o segmento no topo do ranking em alguns anos.
Enquanto alguns cristãos alertavam para o “perigo muçulmano”, esqueceram de observar a porta de saída dos templos. Em 10 anos, o número de “nones” (sem-religião) aumentou 97% nos Estados Unidos, chegando a 101 milhões de pessoas. Pela primeira vez, os cristianismo caiu para menos de 50% da população na França, Reino Unido, Austrália e Uruguai. De cada 4 pessoas no mundo, uma é sem-religião.
Os números apresentados arrefecem a força da chamada “teologia do domínio”, afinal os cristãos estão perdendo espaço. Continua martelando uma questão importante: qual é a diferença que os cristãos fazem em países nos quais são maioria? Para ficarmos na América Latina, é melhor viver no Uruguai ou no Brasil? Nas palavras do poeta, “a lição já sabemos de cor. Só nos resta aprender”.